acma1953

registro: 03/01/2011
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Último jogo

O Capuchinho Vermelho - tradução

Capuchinho Vermelho

Tás a ver uma dama com um gorro vermelho? Yah, essa cena!
Estás a ver uma senhora com gorro vermelho? Sim essa coisa
A pita (menina) foi obrigada pela kota(velha) dela a ir à toca da velha levar umas cenas,(coisas) pq a velha tava (estava) a bater mal, tázaver(estás) a ver? E então disse-lhe:
- Ouve, nem te passes!(excedas) Népia(nada) dessa cena de ires pelo refundido(aglomerado) das árvores, que salta-te um meco(tipo,fulano) marado(maluco) dos cornos para a frente e depois tenho a bófia(policia) à cola(atrás de mim)!
- Pá(expressão muito usada como por ex. mano/amigo), a pita enfia a carapuça(capuz) e vai na descontra(descontracção) pela estrada, mas a toca da velha era bué(muito) longe, e a pita cagou na cena da kota dela e enfiou-se pelo bosque. Népia de mitra(problemas), na boa e tal, curtindo o som do iPod...
É então que, ouve lá, salta um baita(grande) dog(cão) marado(maluco/doido), todo chinado(drogado) e bué ugly(feio) mêmo(mesmo), que vira-se pa(para) ela e grita:
- Yoo(olá), tá(está) td(tudo)? Dd(de onde) tc(vens)?
- Tásse.(está-se).. do gueto alí! E tu... tásse? - disse a pita
- Yah! E atão, q se faz?
- Seca(chatice), man(homem/ neste caso como pá,amigo)! Vou levar o pacote à velha que mora ao fundo da track(trilho), que tá kuma(com uma) moka(doença) do camano(grande, neste caso)!
- Marado(maluco, doido), marado!... Bute(que tal/topas/embora) ripar(snifar, drogar) uma até lá?
- Epá(é pá), má onda(má ideia), tázaver? A minha cota não curte dessas cenas e põe-me de pildra(castigo) se me cata(apanha)...
- Dasse(fod##), a cota não tá aqui, dama! Bute ripar até à casa da tua velha, até te dou avanço, só naquela da curtição. Sem guita(dinheiro) ao barulho nem nada.
- Yah prontes(pronto,ok), na boa. Vais levar um baile katéte(que até) passas!!!
E lá riparam. Só que o dog enfiou-se por um short(caminho mais curto) no meio do mato e chegou à toca da velha na maior, com bué avanço, tázaver?
Manda um toque na porta, a velha "quem é e o camano" e ele "ah e tal, e não sei quê, que eu sou a pita do gorro vermelho, e na na na...".

A velha abre a porta e PIMBA(expressão que significa muitas coisas que se possam imaginar depende do contexto), o dog papa-a(come) toda... Mas mesmo, abre a bocarra(boca) e o camano e até chuchou(chupou) os dedos...
O mano chega, vai ao móvel da velha, saca uma shirt(camisa) assim mêmo à velha que a meca(mulher) tinha lá, mete uns glasses(óculos) na tromba(cara) e enfia-se no VL(sofá cama)... o gajo tava bué abichanado(bicha, maricas) mêmo, mas a larica(fome) era muita e a pita era à maneira, tásaver?
A pita chega, e tal, e malha(bate) na porta da velha.
- Basa(entra aí) cá pa dentro! - grita o dog.
- Yo velhita, tásse?
- Tásse e tal, Cuma(com uma) moca(expressão de drogado) do camâno... mas na boa...
- Toma esta cena, pa mamares-te(comeres) toda aí...
- Bacano(boa,legal), pa ver se trato esta cena.
- Pá, mica(fala) uma cena: pa ké(o que é) esses baita(grandes olhos), man?
- Pá, pa micar melhor a cena, tázaver?
- Yah, yah... E os abanos(orelhas), bué da bigs(grandes), pa ke é?
- Pá, pa poder controlar melhor a cena à volta, tázaver?
- Yah, bacano... e essa cremalheira(dentes) toda janada(estragada) e bué big?
- Pa que é a cena?
- É Pa chinar(comer) esse corpo todo !!! GRRRRRRRR!!!!
E o dog manda-se à pita, naquela mêmo de a engolir, né?

Só que a pita dá-lhe à brava(com força) na capoeira(corpo) e saca um back-kick(pontapé), chuto mesmo directo aos tomates(saco, colh###) do man e basa(foge) porta fora!

Vai pela rua aos berros e tal, o dog vem atrás e dá-lhe um ganda-baite(grande palmada), pimba(toma), mêmo nas nalgas(nádegas), e quando vai para engolir a gaja(tipa, fulana) aparece um meco daqueles que corta as cenas cum(com um) serrote, saca de machado e afinfa-lhe(dá-lhe) mêmo nos cornos.

O dog kinou(morreu) logo alí, o mano china(corta,abre) a belly(barriga) do dog e saca(tira) de lá a velha toda cheia da nhanha(porcaria)

 


O Capuchinho Vermelho

Esta é a versão da história que todos conhecemos, mas desta vez descrita por um aluno de uma escola num exercicio que fez parte de um exame. O que o aluno escreveu é real e foi assim mesmo, na giria e calão muito e cada vez mais utilizado pelos jovens. Então cá vai, eu depois farei a tradução.kkkkk

Capuchinho Vermelho

Tás a ver uma dama com um gorro vermelho? Yah, essa cena!

A pita foi obrigada pela kota dela a ir à toca da velha levar umas cenas, pq a velha tava a bater mal, tázaver? E então disse-lhe:
- Ouve, nem te passes! Népia dessa cena de ires pelo refundido das árvores, que salta-te um meco marado dos cornos para a frente e depois tenho a bófia à cola!
- Pá, a pita enfia a carapuça e vai na descontra pela estrada, mas a toca da velha era bué longe, e a pita cagou na cena da kota dela e enfiou-se pelo bosque. Népia de mitra, na boa e tal, curtindo o som do iPod...
É então que, ouve lá, salta um baita dog marado, todo chinado e bué ugly mêmo, que vira-se pa ela e grita:
- Yoo, tá td? Dd tc?
- Tásse... do gueto alí! E tu... tásse? - disse a pita
- Yah! E atão, q se faz?
- Seca, man! Vou levar o pacote à velha que mora ao fundo da track, que tá kuma moka do camano!
- Marado, marado!... Bute ripar uma até lá?
- Epá, má onda, tázaver? A minha cota não curte dessas cenas e põe-me de pildra se me cata...
- Dasse, a cota não tá aqui, dama! Bute ripar até à casa da tua velha, até te dou avanço, só naquela da curtição. Sem guita ao barulho nem nada.
- Yah prontes, na boa. Vais levar um baile katéte passas!!!
E lá riparam. Só que o dog enfiou-se por um short no meio do mato e chegou à toca da velha na maior, com bué avanço, tázaver?
Manda um toque na porta, a velha "quem é e o camano" e ele "ah e tal, e não sei quê, que eu sou a pita do gorro vermelho, e na na na...".

A velha abre a porta e PIMBA, o dog papa-a toda... Mas mesmo, abre a bocarra e o camano e até chuchou os dedos...
O mano chega, vai ao móvel da velha, saca uma shirt assim mêmo à velha que a meca tinha lá, mete uns glasses na tromba e enfia-se no VL... o gajo tava bué abichanado mêmo, mas a larica era muita e a pita era à maneira, tásaver?
A pita chega, e tal, e malha na porta da velha.
- Basa aí cá pa dentro! - grita o dog.
- Yo velhita, tásse?
- Tásse e tal, cuma moca do camâno... mas na boa...
- Toma esta cena, pa mamares-te toda aí...
- Bacano, pa ver se trato esta cena.
- Pá, mica uma cena: pa ké esses baita olhos, man?
- Pá, pa micar melhor a cena, tázaver?
- Yah, yah... E os abanos, bué da bigs, pa ke é?
- Pá, pa poder controlar melhor a cena à volta, tázaver?
- Yah, bacano... e essa cremalheira toda janada e bué big?
- Pa que é a cena?
- É Pa chinar esse corpo todo !!! GRRRRRRRR!!!!
E o dog manda-se à pita, naquela mêmo de a engolir, né?

Só que a pita dá-lhe à brava na capoeira e saca um back-kick mesmo directo aos tomates do man e basa porta fora!

Vai pela rua aos berros e tal, o dog vem atrás e dá-lhe um ganda-baite, pimba, mêmo nas nalgas, e quando> vai para engolir a gaja aparece um meco daqueles que corta as cenas cum serrote, saca de machado e afinfa-lhe mêmo nos cornos.

O dog kinou logo alí, o mano china a belly do dog e saca de lá a velha toda cheia da nhanha

 


Intérprete, precisa-se


Imagine, leitor brasileiro, como seria se, num passe de mágica, você pudesse viver um dia da sua vida em Portugal. Ou seja, de um momento para outro viver um dia à portuguesa.
Pensa que seria fácil?
O problema é que mesmo as coisas simples no dia-a-dia exigiriam uma adaptação. Ou, talvez, até mesmo um intérprete.
O que vem a seguir é uma descrição do que seria um dia em terras lusas. Acha que conseguiria safar-se? Por via das dúvidas, as palavras diferentes estão numeradas e os significados no final do texto. O significado de algumas é fácil depreender. Outras, nem tanto.
Vamos imaginar como seria o dia de um brazuca em Portugal.
Logo ao acordar pela manhã, enquanto veste as peúgas (1) e aperta os atacadores (2), você ouve na telefonia (3) o aviso de que o trânsito está virado num oito (4).
É que houve um toque (5) entre uma carrinha e um TIR (6) e, apesar de os socorristas já terem retirado os veículos para a berma (7), há ainda alguns troços (8) condicionados, onde os condutores (9) permanecem no pára-arranca (10).
Há bichas (11) por todos os lados e talvez as melhores alternativas sejam o autocarro (12) ou o comboio (13).
Você toma o último gole da sua bica (14), termina o pequeno-almoço (15) e, como tem que levar os putos (16) ao infantário (17), a única hipótese é mesmo ir de cu-tremido (18). Depois de uma seca (19) de quase três quartos de hora (os portugueses medem o tempo por quartos de hora) no trânsito, finalmente chega ao trabalho e logo recebe uma ligação.

A telefonista avisa que para atender a chamada na sua extensão (20) tem que carregar (21) no botão. Do outro lado da linha está a sua mulher a lembrar que é a semana de pagar a mulher-a-dias (22) e pede que passe no multibanco (23) para levantar (24) dinheiro, porque o livro de cheques (25) acabou.
Você vai ligar o computador e tem um post-it pregado no ecrã (26). Logo percebe que vai ficar entalado (27). É um recado do seu chefe a avisar que hoje não vem trabalhar. Quer dizer: ele se baldou (28) e você tem que resolver os todos problemas.
Depois de um intensa azáfama (29), lá pelo final da manhã a barriga já está a dar horas (30). Mas ao invés de ir almoçar à tasca (31) de todos os dias, prefere comer apenas uma sandes (32) no “snack” (33) da esquina. É que assim tem mais tempo para ir até o pronto-a-vestir (34) comprar a prenda de anos (35) da mulher. Fica indeciso entre um fato-de-treino (36) e umas cuequinhas (37) de renda mesmo a matar (38). Mas acaba por levar uma camisola (39) em xadrez castanho e encarnado que estava na “montra” (40).
Ao final do expediente, você está com os azeites (41) e, para complicar, o trânsito está novamente um caos. Então só lhe resta pegar no telemóvel (42) e avisar a sua mulher que vai demorar a chegar. É o cabo dos trabalhos (43).
Bem... o dia ainda não acabou, mas a esta altura você já deve estar convencido de que precisa mesmo de um intérprete. Ou não?


DICIONÁRIO
(1) meias - (2) cadarços - (3) rádio - (4) caótico - (5) uma pequena batida - (6) - jamanta - (7) acostamento- (8) trechos - (9) motoristas - (10) andamento lento - (11) filas - (12) ônibus - (13) trem - (14) café - (15) café da manhã - (16) crianças- (17) jardim de infância - (18) de carro - (19) espera - (20) ramal - (21) apertar - (22) diarista - (23) caixa 24 horas - (24) sacar - (25) talão (26)tela - (27) com problemas - (28) tira o corpo - (29) correria - (30) com fome - (31 restaurante simples - (32) sanduíche - (33) lanchonete - (34) loja de roupas - (35) presente de aniversário - (36) agasalho esportivo - (37) calcinha - (38) bonitas - (39) camisa - (40) vitrine (41) irritado - (42) celular - (43) uma coisa muito difícil

 


Um pouco de humor neste domingo

Palmadinhas no rabiosque (Pai e filho portugueses)


Filho - Pai, o que é rabiosque?
Pai - É uma forma carinhosa de falar do rabo.
Filho - Rabo, pai? Como os animais?
Pai - Não, filho. Rabo é o cu...
Filho - Mas cu não é palavrão, pai? O meu amigo brasileiro diz que é...
Pai - No português de Portugal é uma palavra normal. É como dizer bunda. Não há maldade.
Filho - E para que servem as palmadinhas? Os rapazes mais velhos vivem falando em dar "tau-tau" no rabiosque das gajas.
Pai - Ah, filho, isso é uma mania dos rapazes. Eles acham que as mulheres gostam mais do sexo se levarem palmadas no traseiro.
Filho - Hummm... o sexo pode ser bom se tem palmadinhas?
Pai - Na maioria das vezes é...
Filho - Não parece. Pelo menos quando a mãe ameaça me dar umas palmadas no rabo.
Pai - Ora, isso não tem a ver com sexo. Não é a mesma coisa quando se ameaça dar uns sopapos nos putos. Aí é para castigar.
Filho - Se eu sou puto, então sou filho da...
Pai - Não digas disparates. Puto só serve para chamar os meninos. Não vale para as mulheres e as raparigas.
Filho - Mas rapariga não é o mesmo que puta?
Pai - Claro que não.
Filho - O meu amigo brasileiro disse que no Brasil é...
Pai - Precisas deixar de andar com esse brasileiro. Esse totó não conhece a língua.
Filho - Deve conhecer. Ele diz não gosta de língua de veado...
Pai - Qual carapuça!
Filho - ... que não põe uma língua de veado na boca.
Pai - Língua de veado é uma delícia. É um dos nossos doces mais gostosos. Esse brasileiro é um marmelo, só dá calinadas.
Filho - Por falar em marmelo, o que os tapinhas no rabiosque têm a ver com a marmelada?
Pai - Bem... os jovens gostam muito de ficar na marmelada. Às vezes pode acontecer um tapinha ou outro.
Filho - Mas marmelada não é aquilo que vem na lata?
Pai - Também. Mas neste caso é a intimidade entre o casal. Um beijinho aqui, uma mão ali, um apertão acolá... marmelada é o que os brasileiros chamam "dar um amasso".
Filho - Pai, posso pedir um favor?
Pai - Sim, filho. O que é?
Filho - Quero ir para a escola de coreano. Falar português é muito complicado.
É como diz o velho deitado: "Eu, por exemplo, falo o português em dois idiomas".

 


Assim olho para a vida

Olho a vida que se escapa à socapa por entre os dedos, como areia numa ampulheta que engana com a ilusão de poder medir o tempo que resta pelo tempo que se escoou.
Olhar aquilo que passou, os amores que terminaram, as amizades que partiram, a adolescência que não regressa, e sentir que agora é sempre o momento melhor porque se antecipa o sabor do que poderei viver amanhã.

A esperança a encher o peito como ar fresco do final da madrugada. A dúvida dissipada como a neblina instalada por instantes sobre o espelho de água que tão bem reflecte o céu. Um sopro de calor que as afasta com a certeza de que vale a pena lutar pelo que importa conservar, no contexto da felicidade tal como se apresenta ao meu olhar sobre a vida que não quero de partida.

A minha e a dos outros, apenas uns poucos, preciosa. Quem comigo partilha as coisas do que uma vida se faz, com lágrimas e sorrisos importantes, pessoas deslumbrantes porque nos arrastam como seus ao longo de um caminho que exigimos comum.

Os filhos que fiz e assim lhes ofereço o milagre de uma vida para olhar. O amor que dediquei, tão intenso, e aquilo que recebi de volta como um sonho que a realidade corporiza. A tangibilidade da minha presença nos olhos de quem observa a vida num lado de lá que é dentro de nós afinal.
A simbiose total, de vez em quando, ou o amargo sabor de uma penosa separação. Acontecimentos que fazem a história contada em momentos de introspecção partilhada com a confiança de querer depositar em alguém.

Muitos filhos da mãe, como chacais, envergam os seus punhais, traiçoeiros, e cravam-nos nas costas da alma as exclamações de medo e as reticências que me intimidam como um gigantesco ponto de interrogação. Quantos mais se cruzarão, insuspeitos, pelo raio de visão que disponho sobre a vida que o acaso determina e apenas influencia nas decisões menores?

A vida com diferentes sabores, amargo e doce, salgado e picante, de todas as cores, amigo ou amante, segmento ou parcela, compete a cada um vivê-la como se esta existência tão valiosa estivesse prestes a chegar ao fim.
Faz todo o sentido quando pensamos assim, efémera, porque alerta para a emergência de aproveitar todo o tempo para amar.
Outras pessoas e a nossa essência também.

A vida que se tem, para olhar, usar e abusar antes que escape sorrateira. A folha derradeira no calendário que outras mãos irão rasgar um dia. O tempo parado porque fica esgotado na percepção de que podemos usufruir.

Admito partir mas exijo-me agarrado a este lado com a tenacidade desta indómita vontade de absorver aquilo que me oferecer o destino que alguém traçou (ou não) para mim.

Quero-me assim, incondicional.
Nesta vida que sinto e aprecio, e que queria partilhar com uma mulher especial.

Com as duas mãos. Como areia que se escapa delas.