acma1953

registro: 03/01/2011
I miss you,I'm gonna need you more and more each day I miss you, more than words can say More than words can ever say
Pontos8mais
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Último jogo

Devaneios e loucuras

O calor era insuportável, arregacei as mangas e abri a camisa, puxei-lhe a ela a cena até onde podia e só depois abrandei aos poucos a pressão, tentando encaminhá-la para o ponto ideal.
Larguei de repente e ela rolou bem depressa sobre si própria, deixando-se depois arrastar pela inclinação precisamente até onde eu queria, tudo a dobrar.
Desceu, acelerando de repente. Tão depressa que quase me escapou por entre os acrescentos de dedos com que tentei impedir que abandonasse o local cedo demais.
Empurrei-a com força até ao cimo, até onde algo extra se escondia ansiosa à espera do talento que nessas condições nos impomos para atingir o objectivo no qual estava focado. Acertei-lhe em cheio, naquele alvo desejado. Até estalou, quando a voz  anunciou que triplicava a pontuação se conseguisse enfiá-la na estreita portinhola que só se mantinha aberta por alguns instantes, os suficientes para a empurrar novamente de forma brusca até ao topo, a glória ao virar da esquina, tentando alhear-me dos comentários invejosos dos mirones enquanto lhe controlava as descidas e preparava o toque perfeito no botão lateral que a catapultava de novo para onde quadruplicava a pontuação.
Já se sentia a tensão acumulada em volta e eu na expectativa de superar os anteriores e constar entre os melhores de entre quantos se haviam esforçado até então. Um número memorável a perpetuar na memória, as minhas mãos a fazerem história e eu embalado para abarbatar o high score.
E ela girava sem cessar, como uma barata tonta, ao sabor de pequenos safanões que lhe indicavam o melhor caminho a seguir.
Mas às tantas começou a descer muito depressa, embalada, em busca de um final que eu tentava desesperado adiar. Pelo meio, manhosa, onde seria quase impossível deter a sua cavalgada inexorável para o refúgio inviolável. E esse seria o único ponto onde eu não poderia tocar-lhe outra vez e forçar mais uns pontos preciosos para o meu resultado final.
A ansiedade a subir, tudo decidido em fracções de segundo. As mãos cravadas na borda, preparando a aplicação da derradeira solução para o que parecia inevitável, e ela tão depressa a caminho do fim e eu só mais um bocadinho, espera, palmada na direita, palmada na esquerda, tá quase, tá quase…
Quase ouvi o meu grito interior quando ela tocou ao de leve no da esquerda, congelado, incapaz de reagir enquanto a malvada sumia egoísta, parecia que sorria, deslizando pela porta de saída central, quando a máquina fez tilt. 

Nessa tarde tornei-me num Ás das máquinas de flippers.

Ehehehehehe, suas mentes poluídas imaginavam o quê mesmo.