Olho o mar e avisto a linha do horizonte onde previsivelmente o mundo acaba, assim diziam os antigos, mas ouso uma palavra, ondulante, sobre uma pele sedenta da leitura das emoções tocadas. Com palavras, doces e meigas mas ousadas, escritas com os dedos no papel da imaginação como frases inteiras, quero sentir-te vibrar com as imagens que construo com palavras, comunicadas por escrito a uma alma em contacto directo com o ponto do corpo onde os sentidos despertam.Parágrafos que deslizam pelos ombros, caminho por ti enquanto te absorvo para jorrarem na minha mente as imagens gravadas, tinta permanente, filmadas em câmara lenta ao longo do percurso incandescente do meu olhar. Por esse corpo que me esforço por imortalizar.
E consigo, pelo menos em mim. E contigo, só me concebo assim.
Capítulos completos que se entrelaçam como os corpos que se abraçam na fantasia inspirada numa imagem cristalizada de ti nas mais variadas posições, as que vi mais as que consigo imaginar a partir de uma mulher que uma só palavra não conseguiria descrever.
Um livro talvez, palavras aos milhares para te cobrirem da cabeça aos pés, ponto por ponto, até à exclamação final, numa história especial na ideia de como autor que a escrevo como a penso, uma mulher tão imensa que as palavras parecem nunca bastar.
Uma palavra apenas, porque não?
Talvez a palavra paixão.