acma1953

registro: 03/01/2011
I miss you,I'm gonna need you more and more each day I miss you, more than words can say More than words can ever say
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Sonho quando me deito sobre o teu peito

Quando me deito sobre o teu peito consigo depois concentrar a fadiga do olhar no aconchego repousante da tua beleza que não é uma qualquer, e que me faz sonhar. Sem reservas nem porquês e sem pensar apenas confiar a vista a uma questão de pormenor especial e deixá-la perder-se no prazer do usufruto da luz nos seus incontáveis prodígios de refracção que produz,na chispa brilhante e ocasional que acorda a visão para o momento em que a sensação de movimento é transmitida por um simples reflexo num pequeno lençol.
De água parada no tempo e agitada pelo vento que a arrepia no que os olhos entendem como uma ligeira ondulação e o murmúrio da rebentação nas margens de um lago ao som de um beijo como a água o dá. Dessa forma ou pela chuva a cair, as gotas que acariciam os rostos como lágrimas doces de uma alegria incontida pelo usufruir de uma vida que também se faz de insignificâncias assim. Um horizonte sem fim de coisas belas e sem relação com qualquer tipo de pressão das que cansam a mente e a afastam do simples que a defende das mazelas provocadas por inúmeras complicações.
Um ponto isolado no céu, o reflexo prateado nas penas de uma ave que imita como pode as estrelas ansiosas pela noite a cair ou os arco-íris espontâneos que se desenham por cima das rochas, nos borrifos das ondas, e desaparecem depois. Uma única exibição, sem direito a reposição nos olhares distraídos daqueles que se encontram perdidos a vaguear pelos meandros mais escuros do seu interior e que já não distinguem o amor das coisas feias que os atormentam nas histórias que inventam a partir de um quotidiano sem cor. Arrastamos os pés pelo areal, incapazes de nos alhearmos do mal que nos possui e do desencanto que nos destrói a fé na beleza que a toda a hora está a acontecer.
Já nem conseguimos ver os pequenos pontos de luz serena oferecidos na presença terrena e esbanjados como o resto da existência na sua versão generosa. As pétalas suaves de uma rosa que te dou acabada de desabrochar no reflexo de um olhar comandado pelo coração.