Um amor que se guarda, um amor que nunca acaba, numa catedral, estampado num vitral profano, deixado ali ficar por engano ou por distracção dos homens que falam de Deus mas não o conseguem iludir com o seu esforço para banir a felicidade que consideram proibida.
Um amor maior do que a vida porque não pode acabar, um amor para perdurar, eterno nas memórias dos que o cantaram e nas emoções dos que o herdaram contado assim, esse amor que não conhece um fim porque acompanha gerações de pessoas que possuem corações capazes de o entender e que o reproduzem no amor que depois fazem.
Concentra esse olhar assustado naquele sonho em voo planado que deixaste fugir algures num tempo em que não agarravas a vida que querias porque achavas que não podias, proibida por ti a passagem, cruzar a linha numa curta viagem para outro lado que sabes hoje seria o teu.
Sabes que deves parar esse constante deambular da atenção pelas miragens que ofereces ao coração como placebos, essas paragens ao longo de um caminho que percorres sem saberes onde te levará mas igualmente sem duvidares que em cada cama que desfizeres sem acarinhares a emoção deitarás contigo a solidão, a tempestade depois da bonança aparente que te ilude mais uns passos na sensação fugaz dos abraços que não voltas a repetir porque tendes sempre a fugir, algures num momento em que largas a vida que querias porque achas que devias ser outra coisa qualquer e no fundo nem sabes hoje como deveria ser. Sabes apenas que querias melhor e não tiveste.
E eu sei que quando o amor te procurou não o quiseste e nada fizeste para ccontecer outra vez.