De repente o teu corpo ardente pressionado contra a parede pelo desejo do meu.
O mundo prestes a acabar e nós a acelerar as pulsações pelo turbilhão das emoções com pressa, como se amanhã pudesse nunca acontecer e nós a correr de braços abertos para o amor que se faz. Os lábios desenfreados e os cabelos misturados pela fúria amante de um impulso que de rompante nos assola bem fundo e nos isola do mundo que deixa de existir agora. A pressa de agir na urgência de sentir a vontade libertada na respiração descontrolada pela atracção que abriu as portas para a evasão.
Mas ela não foge, antes provoca os beijos que os teus lábios dão em troca de cada toque da minha pele que te seduz. Acende-se uma luz quando primes o interruptor do holofote que o amor alimenta, a energia que sustenta estes corpos que levitam sem saírem do chão.
Ilumina-se o coração com a alegria do espectáculo de magia em que dois se tranformam num.
E em momento algum o truque se revela, pois o coelho na cartola não sai porque não descola da pomba branca que só no final anuncia a paz. Os corpos fundidos em abraços apertados como nós. Que nada nem alguém consegue desatar.
O desejo a perdurar no lume brando das carícias depois, o sorriso maroto dos dois e as malícias que insinuam um consolo que não desdenha uma repetição.
E de repente o teu corpo ardente pressionado contra o chão.