Sabes que é a ti que dirijo estas palavras. Se calhar, alguns dos que lêem (porque não quero esconder) também presumem que és tu o alvo da homenagem que te rendo, mesmo sem preencher o espaço no envelope virtual onde constaria o teu nome em letras garrafais.
Mas a certeza absoluta só tu e eu poderemos invocar. Escrevo estas linhas em homenagem à pessoa maravilhosa e linda que tu és, em que cada gesto, cada palavra, cada mensagem tua que me agradou e que me provou seres das poucas pessoas que existem neste espaço que se dão ao trabalho e se preocupa com todos os amigos, e ainda me concedes o privilégio de me ler apesat das das minhas evidentes limitações. E sabes que só por condicionalismos que conheces ou adivinhas não te louvo com o dedo apontado à tua imagem que em muito construí pela força de tantas palavras tuas que li.
Considero-me de facto um privilegiado ao ser sempre digno da tua confiança e amizade, que se transformou em muito mais que isso, para mim um grande amor de irmãos, sem qualquer receio ou temor o digo, e sabes porque o digo. Sou aquilo que estou farto de me expor, inconstante, alternando como tantos o melhor e o pior. Sofrível, na média, mas de coração aberto, frontal, directo, amigo, assim o espero..
Como bem sabes e tão bem que me conheces, sou capaz de valorizar as pequenas coisas que me oferecem como penhor discreto, impulso do momento, da fé que não perdem naquilo que sou também, nos bastidores da capa que me cobre tantas vezes com a cor da desilusão e do desamor. Tu sabes do que falo minha querida mana, e publicamente devo agradecer te o que fizeste por mim e pela Flor.
Quando menos espero, sou confrontado com esta noticia avassaladora que me arrasou o coração, que me tem feito mergulhar nas últimas horas num estado de tristeza imenso, e sinto que não fiz tudo para impedir esta decisão, acho mesmo que terei feito de menos para te fazer ficar, para merecer que aqui te mantenhas, pois em tantos momentos avançaste voluntária com provas extraordinárias da tua paciência, da inesgotável persistência com que apostas sem euforias na manutenção do que nos liga sem nos amarrar. Estou triste , é um dia de grande tristeza.
As coisas pequenas, as maldades, as invejas, os cíumes são candidatas a irrelevantes no teu contexto como no meu são demasiado sobrevalorizadas por serem raras no rol de indiferenças que cada novo dia traz à (da) maioria das pessoas que sobrevivem atordoadas pela pressão. Mas tu não, tu não és mulher de desistir, então não o faças. Precisas de férias, entendemos todos, mas que sejam mesmo só e apenas isso, um período de descanso e de retempero de forças, fisicas e espirituais. Não deves perder tempo nem disposição para os pequenos quase-nadas que arrancam aquele sorriso impossível no meio de um tempo que nos alucina e afasta da importância, da extrema relevância dos mais insignificantes sinais que nos dão.
Tenho os pés bem assentes no chão e não alimento fantasias.
Mas tinha que te dizer o quanto a tua decisão me desagradou e entristeceu, e esta é uma forma tão boa como outra qualquer de assim partilhar com outras pessoas a minha tristeza e senimento, mas com a alegria também por saber que existe gente como tu, fora do comum.
E essas pessoas saberão por inerência que não são para elas estas palavras e terão a consciência de que existes algures e que o meu discurso deixa bem claro o quanto essa existência é especial para mim por algum motivo que só a nós interessa e entre nós ficará.
Fizeste toda a diferença.
Agradeço o sorriso que a tua interferência me ofereceu.
Amo te muito mana Bel, de coração.